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Artroplastia (prótese) total do cotovelo

Artroplastia (prótese) total do cotovelo

Artroplastia é a reconstrução da articulação, geralmente realizada mediante a utilização de próteses. Portanto, por definição, prótese é um dispositivo usado para substituir parte do corpo – neste caso, a articulação do cotovelo.

No caso do cotovelo, podemos usar uma prótese que apenas substitua a cabeça do rádio ou uma prótese que substitua a articulação do úmero com a ulna. Neste texto, falaremos apenas da prótese total do cotovelo, isto é, aquela que substitui a articulação do úmero com a ulna.

Quais pacientes precisam de uma prótese total de cotovelo?

A prótese do cotovelo é indicada para pacientes que tenham avançado desgaste articular do cotovelo, isto é, artrose. A artrose do cotovelo pode ter inúmeras causas, desde múltiplos traumatismos de repetição, sequela de fratura ou episódio traumático único e vigoroso, doenças autoimunes, como artrite reumatoide, entre outras. Se os pacientes com um desses diagnósticos têm dor que atrapalhe significativamente o seu dia a dia e não tenha melhorado com tratamento conservador (fisioterapia, exercícios, infiltração, etc.), a prótese pode ser uma boa opção. Além disso, raramente a prótese total do cotovelo é colocada em pacientes jovens, pois neste grupo há grande risco de soltura. Assim sendo, é um procedimento realizado predominantemente em pacientes acima de 60 anos, com raras exceções, como nos pacientes com artrite reumatoide. Além disso, idosos com graves fraturas do cotovelo (da região mais distal do úmero) também são candidatos à artroplastia total do cotovelo.

Como é a cirurgia?

A cirurgia é feita com o paciente deitado de lado (decúbito lateral) na mesa de cirurgia. Antes, porém, do posicionamento, o paciente é sedado para que possa dormir durante a cirurgia e é submetido a um bloqueio do plexo braquial, isto é, uma anestesia dos nervos que vão para o braço, feita através de uma injeção perto do pescoço. Veja mais sobre a anestesia no texto específico.
Após a lavagem do local com sabão antisséptico e colocação de campos estéreis, um corte na parte de trás do cotovelo é feito e a articulação danificada é removida. Peças separadas para o úmero e para a ulna são colocadas e, em seguida, ligadas, para que fiquem unidas as duas partes da articulação. Embora existam prótese que não sejam ligadas (unlinked), as mais comumente usadas e, até o momento, com melhores resultados, são as ligadas (linked). Depois disso, todas as estruturas de partes moles são suturadas sequencialmente, até chegar à pele.

Como é o pós-operatório?

Após a cirurgia, o paciente usa uma tala de gesso, com o cotovelo dobrado a 90 graus. Depois de uma semana, a tala de gesso é removida e um imobilizador removível é colocado. O imobilizador deve ser retirado para o banho e para suaves exercícios de rotação do antebraço. Duas semanas após a cirurgia, exercícios para esticar e dobrar o cotovelo também são cautelosamente realizados pelo paciente, conforme a orientação feita no consultório. Em geral, 4 a 6 semanas após a cirurgia, a imobilização é completamente removida e o paciente é encaminhado à fisioterapia para recuperação da função indolor do cotovelo.

Quais são os resultados da prótese total do cotovelo?

Em geral, os resultados da prótese total do cotovelo são muito satisfatórios no que diz respeito ao controle da dor. Os pacientes, antes muito incomodados com a dor decorrente da degeneração articular, após a cirurgia passam a não mais sofrer o atrito de “osso contra osso”, o que leva ao alívio da dor. Além disso, os movimentos do cotovelo também costumam aumentar depois da cirurgia, especialmente naqueles pacientes que tinham rigidez acentuada antes da cirurgia. Entretanto, a recuperação da força do cotovelo nem sempre é satisfatória, o que limita a realização de esforços, como carregar sacolas pesadas e praticar atividades físicas com os membros superiores. Desta forma, tais atividades devem ser evitadas após o procedimento.
Com o passar dos anos, a prótese pode sofrer desgaste e precisar ser trocada. Trabalhos mostram que 90% das próteses duram mais de 5 anos e 80% das próteses, mais de 10 anos, sem necessidade de troca. Outras possíveis complicações depois da cirurgia são: infecção da prótese, hematomas, falha da sutura de pele, rompimento do tríceps. Todas têm tratamento, embora algumas vezes possam comprometer o resultado, mesmo após terem sido adequadamente tratadas.


Representação esquemática de uma prótese do cotovelo.


A prótese do cotovelo é composta por dois componentes: um que é encaixado no úmero (componente umeral) e outro que é encaixado na ulna (componente ulnar).